Todo esquecimento é Alzheimer?

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É muito comum as famílias confundirem “esquecimentos corriqueiros” com Doença de Alzheimer. Para diferenciar é preciso lembrar que para se caracterizar uma demência é necessário haver declínio cognitivo progressivo, associado à perda de autonomia do indivíduo. Portanto, se o paciente tem esquecimentos, mas ainda exerce suas atividades de forma independente, não é demência.

Vale ressaltar que esquecimentos e falta de atenção também podem aparecer quando as pessoas estão muito estressadas, ansiosas ou com depressão. Daí a importância de se detectar esses distúrbios e tratá-los precocemente.

O que é Alzheimer?

A doença de Alzheimer trata-se de um processo neurodegenerativo que leva não apenas ao prejuízo de memória, mas também a perdas de outras funções intelectuais. O paciente pode apresentar dificuldade de orientação em lugares já conhecidos, dificuldade em encontrar as palavras certas para nomear objetos, dificuldade no planejamento de atividades que exigem etapas, como por exemplo, preparo de alimentos, serviços de banco, cuidados com a casa e até negligência com o autocuidado.

Como são os estágios desta doença?

A doença de Alzheimer é composta por fases, sendo a primeira fase leve, com o sintoma mais notável de perda de memória de curto prazo. O paciente perde a capacidade de atenção, a flexibilidade no pensamento e o pensamento abstrato. Nos estágios iniciais são comuns a desconfiança, ou crenças erradas de estar sendo roubado, perseguido ou traído.

Na fase moderada, o grau de dependência vai se tornando maior e o paciente pode parecer desleixado ao efetuar tarefas, como escrever e se vestir.

Nos estágios mais avançados pode ocorrer perda total da compreensão e da expressão da linguagem da fala, incapacidade de se vestir, de manusear talheres e de usar o banheiro. O paciente muitas vezes não reconhece mais os familiares e tem sua mente restrita a memórias fragmentadas de um passado remoto.

A demência esta sempre associada ao Alzheimer?

A doença de Alzheimer é a causa mais frequente de demência, porém não é a única. Doenças cardiovasculares, como hipertensão e diabetes podem causar danos contínuos à circulação sanguínea no cérebro e resultar na demência vascular. O abuso de álcool ou o uso de drogas também são exemplos de situações que causam morte das células do sistema nervoso e sintomas demenciais.

Assim, em casos de esquecimento persistente é importante consultar um especialista e investigar a causa do problema. Isso exige avaliação clínica detalhada e exames complementares. Nem todo esquecimento é Alzheimer e alguns problemas podem ser revertidos.

Como é o tratamento?

No caso da doença de Alzheimer, a finalidade de tratamento é apenas ter sua evolução lentificada, uma vez que atualmente não temos disponíveis medicamentos para a cura desta enfermidade.

Além do tratamento medicamentoso, a abordagem multiprofissional com medidas que o ativem e promovam à participação do indivíduo nas atividades do dia a dia, música, exercícios físicos e reabilitação cognitiva são grandes aliados para prolongar uma vida social ativa e convívio familiar.

 

Por: Dra. Flávia Bueno da Fonseca
Geriatria
CRM/GO: 14830 | RQE: 9757
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