Você deve ter ouvido falar na Alopecia Areata, neste ano, devido ao problema ocorrido durante a cerimônia de entrega do Oscar, envolvendo o ator Will Smith, sua esposa Pinkett Smith (que é portadora da doença e estava com a cabeça raspada) e o humorista Chris Rock. Como o mês de setembro é o mês de “Conscientização sobre Alopecia Areata” é importante divulgar e entender mais sobre essa doença.
Embora algumas pessoas pensem que pode ser apenas uma “barbeiragem” do cabeleireiro, geralmente falhas que surgem repentinamente nos cabelos tem como causa mais comum a alopecia areata. Conforme explica a Dra Lorena Dourado Alves, Dermatologista com Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e Formação em Tricologia (ciência que estuda o cabelo) pela Faculdade de Medicina do ABC e pela USP, existem várias causas de queda de cabelo. “As falhas no cabelo que chamamos de “placas” podem ter causas variadas sendo as mais comuns, a Tinea capitis (fungo), a alopecia areata e a tricotilomania (a própria pessoa arranca os cabelos).” Nessa edição, como dito anteriormente, falaremos sobre a Alopecia Areata.
A incidência estimada ao longo da vida de desenvolver Alopecia Areata na população geral é de cerca de 1,7% (quase 2 pessoas a cada 100 pode desenvolver a doença alguma vez na vida), tanto nas suas formas leves ou graves, por isso é importante conhecer essa doença.
Conforme orienta a Dra Lorena Dourado, “A Alopecia Areata é uma doença genética e auto-imune na qual o organismo da pessoa começa a “atacar” seu próprio fio de cabelo, gerando um processo inflamatório na base do pelo, o que leva a queda do cabelo. É uma inflamação, não cicatricial, que não chega a destruir o fio do cabelo, dessa forma, o cabelo pode voltar a nascer no local. Pode atingir apenas uma área do couro cabeludo, formando uma falha localizada, geralmente arredondada e sem nenhum fio no local. Mas pode atingir outros pelos do corpo como barba, sobrancelha e pelos corporais e pode, em alguns casos, levar a perda de todos os pelos da cabeça ou do corpo. Em algumas pessoas os cabelos voltam a nascer mesmo sem tratamento, outras voltam apenas com o tratamento e outras o cabelo não volta a nascer. Em algumas pessoas os pelos podem voltar a nascer brancos ou com alterações, ficando mais lisos ou mais crespos, no local. Algumas pessoas tem um episódio na vida e não volta mais a ter e outras, persistem com episódios durante toda a vida. Muitas pesquisas estão sendo feitas em busca de um tratamento, sem muitos efeitos colaterais, para controlar a doença e tentar evitar que se tenha novos episódios.”
Sabe-se que como em todas as doenças auto-imunes, fatores estressantes podem desencadear ou agravar o quadro. “Mas é importante lembrar que é uma doença que só vai acontecer se a pessoa tiver a genética para desenvolvê-la e, portanto, não é uma doença contagiosa e nem uma doença que só acontece em pessoas estressadas.” Esclarece a Dra Lorena
“A Alopecia Areata é uma doença que leva a um impacto psicológico significativo na vida da maioria das pessoas que apresentam a doença, bem como dos seus familiares, por isso é tão importante que todos conheçam essa doença.” Afirma a Dra Lorena Dourado.
Se perceber que seus cabelos estão caindo mais que o normal ou passando por alterações como falhas localizadas, procure um dermatologista com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia para que ele te examine, faça seu diagnóstico e inicie, se necessário, seu tratamento. “O mais importante é fazer o diagnóstico correto e iniciar o tratamento adequado o mais precocemente possível”, conclui a Dra Lorena Dourado.
Por: Dra. Lorena Dourado Alves
Médica Dermatologista
CRM/GO 11663 | RQE 7207