O tratamento de varizes com espuma já não é novidade, estando consagrado em todo o mundo, com diversos artigos publicados que demonstram o consenso dos médicos especialistas em varizes sobre a sua aplicabilidade, versatilidade e segurança.
A técnica com espuma foi inicialmente reservada para casos onde alguma intervenção cirúrgica fosse impossível ou muito difícil, como por exemplo, varizes em pacientes obesos e/ou idosos, pessoas que já não têm condições de passar por uma cirurgia mais invasiva, ou pacientes com varizes mais profundas, impossíveis de se tratar com a cirurgia convencional.
Quando surgiu, essa nova técnica encantou os médicos do mundo todo, o que trouxe inicialmente um certo exagero em sua aplicabilidade, levando a algumas situações de efeitos colaterais indesejados e complicações que trouxeram um grande aprendizado a toda a classe de especialistas, que se aprofundaram nos estudos para saber os limites e a usabilidade mais indicada para essa técnica, para ser realizada com maior segurança e eficiência para o paciente.
Podemos dizer que, com todos os estudos que já foram publicados, as indicações para a aplicabilidade dessa técnica hoje são bastante amplas, podendo tratar qualquer tipo de varizes, desde as veias mais calibrosas e difíceis, como veias safena, veias perfurantes, varizes que já foram operadas no passado, que são geralmente os casos mais graves, pacientes com úlcera varicosa, como também pode ser utilizada em casos estéticos de microvarizes e vasinhos. Utilizamos a espuma para tratar veias e varizes de outros territórios como as veias dilatadas das mãos, malformações vasculares e varizes pélvicas (varizes perto do útero e ovário).
O que pode garantir um tratamento seguro e eficaz?
Então, podemos dizer que existem 3 quesitos fundamentais para garantir a segurança e o melhor resultado com essa técnica:
1º – Ser realizada somente por um cirurgião vascular
2º – Habilidade do médico vascular em manejar o ultrassom, que é responsável por guiar a punção e acesso às veias doentes;
3º – Ter um profundo conhecimento da física e química da espuma, pois o efeito dela está diretamente relacionado à sua concentração, qualidade e ao volume que é injetado no território doente.
De que é feita a Espuma e como ela age em nosso organismo?
A Espuma é produzida a partir de um medicamento chamado Polidocanol, que ao ser misturado com ar gera a espuma que tem a função de destruir a parede da veia, efeito que chamamos de “esclerosar” ou “secar a veia”.
Um dos grandes inconvenientes do tratamento com espuma é que, como dentro da veia tem sangue e a espuma age tanto na parede da veia quanto no sangue, essa interação espuma/sangue pode gerar manchas e até mesmo dor na região aplicada.
Esse efeito pode ser evitado com o devido acompanhamento do profissional, que deve detectar o sangue destruído e drenar a veias afetadas.
Quantas sessões são necessárias para o tratamento?
A Espuma é muito eficiente para tratar as varizes, sendo inclusive mais eficiente que a cirurgia convencional, mas que para se ter um resultado pleno com essa técnica, não basta fazer apenas uma aplicação/sessão.
É um tratamento de médio a longo prazo, onde o médico precisa acompanhar a reação dessa espuma na veia. Temos casos de aplicação realizada uma única vez e já ter um resultado 100%, ou podem ser necessárias mais aplicações para atingir esse resultado.
O acompanhamento também é necessário para detectar os casos de presença do sangue que sofreu o efeito da espuma para ser realizada a drenagem, para evitar manchas e dores.
Outra vantagem do tratamento com espuma é que ele pode ser associado com outras técnicas, como o laser, que pode aumentar a sua eficiência.
Veja alguns detalhes que fazem com que a espuma tenha muitas vantagens em sua aplicação:
• Ela é realizada em ambiente ambulatorial da clínica;
• Não tem necessidade de internação;
• Não precisa do acompanhamento de anestesista;
• O procedimento não causa sangramento;
• Não há necessidade de repouso;
• Pode ser realizado em pacientes de qualquer idade que tenham varizes.
Entre as contraindicações da técnica com espuma estão:
• Alergia ao medicamento Polidocanol;
• Pacientes gestantes;
• Pacientes com trombose;
• Pacientes imobilizados, que estão impossibilitados de caminhar e se movimentar.
Existem também outras contraindicações relativas, que precisam ser analisadas, como em pacientes que sofreram com trombose no passado, que possuem asma ou bronquite, ou ainda em pessoas com a cardiopatia de Forame Oval Patente sintomático.
Em geral, essas contraindicações se referem a menos de 1% dos pacientes, ou seja, a grande maioria das pessoas podem se beneficiar desse tratamento, quando realizado por um profissional experiente que conhece e domina a técnica.
“Hoje, em minha clínica, mais da metade dos pacientes são tratados com a técnica de espuma em alguma fase do seu tratamento!”
Versátil e já utilizada em todo o mundo!
A técnica da espuma para o tratamento de varizes está tão desenvolvida que o médico especialista consegue em um mesmo paciente fazer o uso da espuma com “maior ou menor” concentração e/ou volume, podendo ser associada com Laser ou Escleroterapia Líquida.
Assim, o tratamento de varizes com espuma se consagra cada vez mais no ranking das técnicas mais eficientes, seguras e duradouras.
Por: Dr. Charles Esteves
Angiologia e Cirurgia Vascular
CRM/GO: 6701 | RQE: 1572