Vou começar ressaltando que todas as pessoas devem estar com o calendário vacinal completo para protegerem a si mesmas e aos que estão ao seu redor.
No Brasil temos calendário vacinal próprio para crianças, adolescentes, adultos, idosos, imunodeprimidos, indígenas… Em alguma categoria você entra! E não é porque você cresceu que não precisa mais tomar vacina. Portanto, procure seu médico e se atualize das vacinas que precisa tomar.
Não vou entrar aqui no mérito dos negacionistas, conspirações ou mesmo invenções de quem não se aprofundou no assunto e quer, com uma visão nada científica, condenar vacinas. Venho apenas alertar que essa onda de notícias falsas e rasas trouxe de volta doenças, como o sarampo e a coqueluche, que não tínhamos mais, e isso coloca em risco a vida dos mais frágeis da nossa sociedade.
A gestante precisa se vacinar para proteger a si e ao seu bebê. Então vamos lá!
Considerando uma gestante com o calendário vacinal completo, previamente a gestação, ela deve receber as vacinas conforme a tabela 01.
Tabela 01
| Semanas de Gestação | Vacina | Doença que a vacina previne ou atenua | Disponível no SUS |
| A partir da 20° semana | dTpa | Difteria, tétano e coqueluche | Sim |
| A qualquer momento | Influenza | Gripe | Sim |
| Entre 32 e 36 semanas | VSR | Virus Sincicial Respiratório | Não |
| A qualquer momento | COVID-19 | COVID | Sim |
Essas vacinas têm por objetivo proteger tanto a mãe quanto o bebê, por esse motivo se houver uma nova gestação subsequente a mãe terá que repetir as vacinas mesmo que em um período inferior a um ano (em relação a vacina para o VSR ainda não existe consenso sobre essa orientação).
Outras vacinas podem ser recomendadas ou mesmo contraindicadas no período de gestação e amamentação, por isso a avaliação médica individual da paciente é necessária para cada paciente a depender da situação epidemiológica do momento e da região em que essa vive.
A vacina contra o VSR (Abrysvo®) está disponível na rede particular de vacinas e tem por objetivo proteger o bebê nos primeiros 6 meses de vida do principal causador da bronquiolite através da passagem transplacentária de anticorpos da mãe para o bebê. Porém essa passagem só ocorre de forma eficaz após 14 dias da vacinação, se o parto ocorrer antes desse período o bebê não terá recebido os anticorpos.
O Virus Sincicial Respiratório está presente em cerca de 70% dos casos de bronquiolite e 60% dos de pneumonia em menores de 2 anos. A vacina reduz quadros graves com necessidade de atendimento médico e hospitalização.
Lembrando que a vacina para o VSR melhora a evolução dos casos e reduz necessidade de hospitalização, mas não evita 100% dos casos da doença ou mesmo evoluções negativas. Portanto as medidas de higiene como lavar as mãos, evitar aglomerações e contato com pessoas doentes ainda são válidas para os recém-nascidos e lactentes.
* Tudo depende do calendário vacinal anterior da paciente por isso consulte seu médico.
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