Por muito tempo, nós cardiologistas nos dedicamos especialmente aos fatores clássicos de risco para doenças cardíacas: pressão alta, colesterol elevado, sedentarismo e tabagismo. No entanto, hoje estamos avançando para uma visão mais completa e integrada da saúde cardiovascular: o cardiometabolismo.
Coração e metabolismo: uma relação inseparável
O termo “cardiometabolismo” reflete exatamente isso: a estreita conexão entre o coração e os distúrbios metabólicos, como obesidade, diabetes tipo 2, resistência à insulina e síndrome metabólica. Esses problemas metabólicos não ficam restritos ao seu metabolismo – eles provocam inflamação crônica e um desgaste oxidativo contínuo, danificando suas artérias e sobrecarregando o coração.
Muito além do convencional
A abordagem tradicional muitas vezes se limita a tratar aspectos mais visíveis, como hipertensão ou níveis altos de colesterol. O cardiometabolismo vai além, investigando a fundo marcadores metabólicos e inflamatórios. Com essa abordagem, é possível atuar antes mesmo que os primeiros sintomas apareçam.
Prevenção e personalização
Na prática, isso significa que a cardiologia moderna está cada vez mais personalizada. Dieta, sono, controle do estresse, atividade física e uso racional de medicamentos são ajustados conforme o perfil metabólico individual. O cardiometabolismo surge como uma resposta essencial, integrando o cuidado do coração ao gerenciamento metabólico e de aspectos de vida.
O cuidado cardiometabólico é mais que uma tendência — é uma evolução necessária diante do aumento global da obesidade e do diabetes. O cardiologista deixa de ser apenas o “médico do coração” e passa a atuar como um verdadeiro “gerente” da sua saúde. O objetivo é claro: prevenir doenças e envelhecer com qualidade. Cuidar do seu coração hoje é, também, cuidar do seu metabolismo. E essa é a verdadeira revolução da cardiologia contemporânea!
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