Caspas e Psoríase de Couro Cabeludo: Agravadas pela pandemia

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“Estou tão preocupada e ansiosa com tudo que estamos passando, depois disso, meu couro cabeludo não para de coçar, descamar e meus cabelos não param de cair!”.

Conforme explica a Dra Lorena Dourado Alves, Dermatologista com Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e com Formação em Tricologia (ciência que estuda o cabelo) pela Faculdade de Medicina do ABC e pela USP, as pessoas que sofrem com coceira e descamação no couro cabeludo podem apresentar piora desses sintomas quando ficam estressados e, essa fase da pandemia, com tantas incertezas que estamos vivendo, só ajuda a piorar isso.

Existem duas doenças que se manifestam assim: a Psoríase e a Dermatite Seborreica.

A Dra Lorena explicará um pouco sobre cada uma delas.

Caspa no coro cabeludo

A Caspa é uma das manifestações da Dermatite Seborréica, um tipo extremamente frequente de inflamação do couro cabeludo que costuma se manifestar após os 30 anos de vida, mas pode aparecer até mesmo em crianças.

Nas pessoas com essa predisposição, diversos fatores fazem com que as glândulas sebáceas do couro cabeludo produzam um tipo diferente de óleo, e o acúmulo deste gera a proliferação exagerada de fungos e consequentemente a inflamação.

Apesar da presença destes microrganismos, sabe-se que a doença não é contagiosa e pode gerar coceira, além de descamação no couro cabeludo. Tensão emocional pode agravar o problema, bem como o alcoolismo e algumas doenças neurológicas.

Sabe-se que quando a inflamação está muito intensa, pode desencadear queda de cabelo. “A doença não tem cura, mas pode ser controlada através do uso de xampus anti-seborreicos. Dependendo do caso, produtos para aplicar no couro cabeludo e medicamentos orais de efeito anti-inflamatório também são prescritos”, explica a Dra. Lorena Dourado.

Psoríase

A Psoríase, doença que acomete a pele com lesões avermelhadas e descamativas, também pode acometer o couro cabeludo e se manifestar como um quadro de uma descamação mais severa (com escamas mais brancas e aderidas) e persistente, que pode estar associada a coceira. É uma doença que não é contagiosa e que acomete pessoas com predisposição para desenvolvê-la.

Embora não tenha cura, existem tratamentos que conseguem controlar a doença. Sabe-se que, o estresse pode piorar os sintomas da psoríase e quando esta encontra-se muito intensa, pode desencadear queda de cabelo. A Dra. Lorena Dourado ressalta que, “Quando acomete apenas o couro cabeludo, geralmente, o tratamento é feito com produtos de aplicar, porém, em alguns casos, pode ser necessário o tratamento com medicamentos orais”.

Segundo a Dra. Lorena Dourado, outro problema que está ocorrendo com frequência nessa fase da pandemia, é a queda de cabelo associada ou não a uma piora da dermatite seborreica em pessoas que foram acometidas pelo COVID.

“É uma queda de cabelo conhecida como Eflúvio Telógeno, que pode começar mais precoce que nos outros desencadeantes (por exemplo, no pós-parto começa cerca de 2 a 3 meses após o parto), nos casos de covid-19, a queda de cabelo tem início cerca de 2 a 4 semanas após melhora da doença, que pode ser intensa e que costuma durar no máximo 3 meses. E o interessante, é que pode ocorrer mesmo em pessoas que tiveram apenas sintomas leves da doença e não só nos casos graves.”, esclarece.

Conclusão

Se você apresenta um couro cabeludo com coceira, descamação ou se está com queda de cabelo, procure um dermatologista com título de especialista pela sociedade brasileira de dermatologia para que este faça seu diagnóstico e inicie seu tratamento da forma mais adequada às suas necessidades clínicas. “Lembre-se que não só seus cabelos, mas também seu couro cabeludo merecem atenção e cuidados constantes para ficarem sempre bonitos e saudáveis”, conclui a Dra. Lorena Dourado.

 

Por: Dra. Lorena Dourado
Dermatologia
CRM/GO: 11663 | RQE: 7207
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