A compulsão alimentar é um transtorno psicológico que pode começar devido a crises de ansiedade, problemas hormonais, dietas muito restritivas ou uma grande perda, por exemplo, o que faz com que a pessoa sinta a necessidade de comer em grandes quantidades, muito rápido e, em algumas situações, escondido, mesmo que não esteja com fome, podendo resultar no ganho de peso e no desenvolvimento de outros transtornos psicológicos, como depressão, bulimia e até mesmo patologias relacionadas a obesidade como diabetes mellitus tipo 2.
Muitas vezes, a ligação entre ansiedade e compulsão alimentar tem como base problemas emocionais associados à culpa, frustração, questões mal resolvidas, baixa autoestima e obesidade.
Nessas condições, as crises de ansiedade surgem e se tornam um estímulo para a pessoa buscar solução nos alimentos, principalmente nos doces. Porém, um dos pilares da relação entre ansiedade e compulsão alimentar é a forma como o indivíduo encara os alimentos. A maioria vê neles uma solução para mimetizar o sofrimento ou uma compensação às negatividades.
Portanto, a ansiedade é um dos fatores que apresentam relação direta com a compulsão alimentar, pois os estímulos ansiosos para a comida, aos poucos, tornam-se um hábito. Muitas vezes, o ato de comer compulsivamente resulta de quadros associados à fome emocional, que surge de repente e a pessoa se vê dominada por ela.
Como identificar a compulsão alimentar?
Isso é fácil de ser notado em uma boa anamnese, e os principais sintomas são:
- Comer escondido;
- Comer rápido demais;
- Utilizar a comida como fonte de prazer ou de recompensa;
- Comer em excesso, podendo até passar mal;
- Comer para esquecer um problema, preencher um vazio emocional e sentir-se culpado após comer.
Se algum desses sinais forem identificados é um sinal de compulsão e é preciso procurar por tratamento.
Alguns hábitos práticos podem ser adotados para se livrar da compulsão alimentar:
- Não pule refeições para não correr o risco de comer em excesso e aumentar os episódios compulsivos.
- Evite armazenar “Junk Foods” que são aqueles alimentos com poucos nutrientes, carregados de calorias, gorduras, açúcar e sódio; tais como: batata frita, salgadinhos industrializados, doces refinados, chocolates e bolachas recheadas.
- Mantenha um diário com os hábitos alimentares é uma ferramenta eficaz para controlar os alimentos consumidos e a qualidade do que foi ingerido.
- Saboreie o cheiro do alimento, sinta a sua textura, coma devagar.
- Não faça dieta por conta própria afim de evitar restrições severas e tentativas frustradas e aumentar ainda mais a compulsão alimentar.
- Fique atento ao consumo de fibras, afim de ampliar a saciedade, reduzir os desejos, a fome e a quantidade de alimentos que são consumidos.
- Durma bem através da “Higiene do Sono”. Recondicione o seu cérebro e ensine-o a hora de dormir.
- Beba água. Mantenha-se sempre hidratado. A região do cérebro que controla a sede é a mesma que regula a fome e pode ser confundida por falta de comida, fazendo com que consuma mais alimentos.
- Praticar atividade física para liberação de endorfina que proporciona bem-estar, diminui a ansiedade e o estresse.
- Priorize o consumo de alimentos que aumentam a serotonina, além do uso de suplementos de forma orientada por um profissional capacitado.
Por: Odília Melo
Nutricionista
CRN 1 5242