Endometriose, dor muito além do corpo

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A endometriose e suas facetas

A Endometriose é uma condição que causa dor muito além do corpo, também na alma das pessoas. Pensar que uma doença, que diferentemente de outras doenças graves, não gera um limite de dias de vida, mas limita as vidas das mulheres e de suas famílias.

Uma doença, a qual temos aprendido a controlar, tratar, operar com objetivo de trazer uma qualidade de vida. Mas, apesar de um mundo conectado, o acesso à informação ainda é muito limitado. O tratamento ainda mais, por contar com poucos profissionais que se interessam a serem capacitados.

A dor na alma, começa quando ainda menina, a lancinante cólica em seu baixo ventre vence sua luta, gerando uma fadiga e cansaço sem explicação. Limita as atividades escolares e toma conta das madrugadas das famílias em rotinas de pronto socorros e auxílios médicos.

A endometriose e a produtividade

A mulher sem tratamento adequado pode reduzir sua produtividade em até 24 horas ou mais mensalmente, distribuído ao longo dos dias. Estima-se que no Brasil, 1 a cada 10 mulheres sejam portadoras de endometriose. Uma estatística australiana, onde os dados coletados são mais uniformes, considera-se 1 a cada 7, ou seja, a situação é mais grave que imaginamos.

Cólicas menstruais muito intensas, com volumosas perdas sanguíneas a cada ciclo geram um padrão de cansaço sem explicação aparente. Dores de todos os órgãos pélvicos associados trazem uma soma de sintomas que dificultam a vida diária. No Reino Unido, 1 em cada 6 mulheres com endometriose, infelizmente, perderam o emprego. Destas, a maioria ainda não possuía o diagnóstico firmado ou tratamento adequado instituído.

A endometriose e a sexualidade

Na roda de amigas a conversa sobre a sexualidade pessoal ou do casal não é assunto fácil, ainda mais quando a sensação é de fracasso. A inflamação local pélvica causada pela doença, limita a vida íntima, reduz dramaticamente o desejo por busca do prazer. A dor se torna proprietária, e somente a lembrança de uma atividade sexual já gera memórias desagradáveis.

Cercear uma mulher de ter sua vida plena não é digno de nossa geração. Por inúmeras ocasiões o que se ouve é a mesma história: “quando crescer passa”, “quando tiver a 1° atividade sexual acaba”, “depois do 1° filho nunca mais”, “calma na menopausa isso tudo termina”. Mas, como podemos manter uma vida por 3 a 4 décadas limitada por dores do corpo e da alma?

A endometriose e as emoções

O que deveriam ser ciclos de vida de renovação, com a endometriose, se tornam dias de luta. Batalhas nas quais a alma sente. O corpo treme de dor e alma chora com o medo do desconhecido. O diagnóstico, digno, e quanto mais precoce acontece, pode deixar a mulher mais leve, com sentimento de que podemos ajudar, a tratar ou controlar de forma muito eficaz esta doença.

Emoções que se modificam a cada ciclo hormonal, podem ser amenizadas com o entendimento e apoio familiar. Muito importante destacar, que o acolhimento por parte das pessoas mais próximas pode auxiliar na nesta jornada. Os parceiros sexuais podem buscar em conjunto alternativas prazerosas para seus dias não favoráveis. O entendimento de que estações boas e más podem ser equilibradas e tratadas também com ajuda profissional.

A esperança na endometriose

Com o advento das descobertas científicas, a cada dia, conseguimos mais controlar e tratar a endometriose. Desde o padrão genético, embriológico da formação da doença, até ao quadro mais avançado de inflamação e oxidação podemos intervir. Manter o sonho de uma vida livre de dores ou mais controlado possível, deve ser alimentado todos os dias. A mudança comportamental, com um novo estilo de vida saudável faz toda diferença, seja na endometriose, diabetes, hipertensão arterial ou em todas outras doenças crônicas.

O autocuidado da mulher é o método mais eficaz de tratar a endometriose. Um padrão alimentar anti-inflamatório na maior parte dos dias, atividade física para liberação de beta-endorfinas corporais, o controle do sono e descanso do corpo são ações que auxiliam, sabendo que o artista principal é a própria mulher. São escolhas que ajudam muito.

A jornada do tratamento também virá com pessoas que estão dispostas a ajudar. A fisioterapia pélvica nos casos de dores e alterações funcionais.  A acupuntura auxiliando nos quadros de fertilidade. A psicologia com a leveza da alma e controle das emoções. Os métodos diagnósticos especializados mais apurados. As intervenções médicas, sejam com modulação hormonal, tratamentos de fertilidade e até cirurgias complexas e seguras.

Recado final

Apesar de não levar a gravidade que um câncer pode gerar, mas “mata a qualidade de vida da mulher” ainda em vida. A esperança deve ser firmada, pois uma jornada começa e resultados são muito favoráveis.  O controle e tratamento da dor, seja física ou emocional, as intervenções nos sonhos de maternidade são alvos inegociáveis.

As famílias precisam acolher estas mulheres, pois, sem dúvidas, esta é a parte mais importante do tratamento. As intervenções da saúde podemos auxiliar nesta caminhada. A nós, os profissionais especializados, nos cabe a informação, o diagnóstico, o tratamento individualizado e o acolhimento.

Maxley Martins Alves, Cirurgião Especialista em Cirurgia Minimamente Invasiva e Robótica, com área de Atuação a mais de 10 anos em Endometriose Profunda.

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