O Jejum intermitente, tem sido uma estratégia muito utilizada atualmente, sendo uma forma de se alimentar focada não apenas no período de JEJUM.
Baseado no conceito antigo de jejuar, esse protocolo possui uma intermitência, ou seja, intervalos com períodos não alimentares ou de jejum interrompidos para iniciar os períodos alimentares.
A janela alimentar pode ser realizada de várias formas, variando em níveis mais iniciantes ao avançado, sempre com protocolos específicos e com o mesmo objetivo, de melhorar o bem-estar geral, a saúde e emagrecer.
Existem vários protocolos de JI, que variam entre tempo (12h, 14h, 16h, 18h, 22h e 24h) e alternância dos períodos, geralmente com uma frequência 2 a 3 vezes por semana, onde uma a duas refeições diárias são cortadas.
Como o Jejum atua em nosso organismo?
O Jejum intermitente funciona como um interruptor metabólico, não apenas fornecendo as cetonas necessárias para abastecer as células durante o período de jejum, mas também provocando respostas sistêmicas e celulares altamente orquestradas, que são transportadas para o “estado alimentado” para reforçar o desempenho mental e físico, bem como a resistência a doenças, incluindo obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, cânceres e doenças cerebrais neurodegenerativas.
Entre os benefícios do JI está a melhora de marcadores anti-inflamatórios e antioxidantes, com o JI modulando a expressão de alguns genes envolvidos nesse processo, como o SIRT-1 e o PGC1alfa, envolvidos na melhora da resposta inflamatória e antioxidante.
O JI promove também neuroplasticidade, ou seja, “reorganização” dos circuitos neurais, e da recepção de novas atitudes ou pensamentos, protege os neurônios contra diversos tipos de danos relacionados ao estresse, diminuindo o risco de doenças neurodegenerativas.
Pesquisas mostraram que o JI melhora a expressão do gene BDNF, que codifica uma proteína que evita a morte neuronal, a deficiência dessa proteína está associada à Depressão, Alzheimer, entre outras doenças. Além disso, estimula a autofagia, que é um sistema de “limpeza” em que moléculas resultantes do dano celular são eliminadas, essas também estão associadas com o risco de Parkinson e Alzheimer.
E claro, o JI também estimula a lipólise (queima de gordura corporal), pela produção de corpos cetônicos que geram energia e promovem redução da gordura corporal.
Mas muitos tem utilizado dessa estratégia erroneamente, pensando apenas na restrição calórica promovida pelo jejum.
Sabendo desses benefícios do JI, vamos ser coerentes e pensar:
Será que resolve, fazer o jejum para compensar um desequilíbrio alimentar ou falta de planejamento? E sabendo dos seus benefícios, compensa terminar um JI com erros alimentares?
Claro que não!
Quando você faz o jejum, o corpo tenta economizar energia, e uma das coisas que ele pode fazer para poupar energia é reciclar muitas das células que não são necessárias, especialmente aquelas que podem estar danificadas. A quantidade de células diminui, mas a produção dessas estruturas é retomada assim que a pessoa volta a se alimentar.
Então, um jejum, além de promover o emagrecimento, precisa estar muito bem orientado por um profissional nutricionista que entende da estratégia!
Os protocolos adequados, janela alimentar especifica, suplementação com o uso de probióticos, Coenzima q10, magnésio, ômega 3 e Vitamina D são essenciais e estratégias assertivas como inclusão de chás e shots são imprescindíveis para promover o emagrecimento adequado além de, saúde e consequentemente longevidade.
Jejum não é “passar fome” e muito menos ausência de comida!
Por: Dra. Janaía Macedo
Nutricionista
CRN-GO: 3378