Estou grávida e preocupada porque já ouvi falar que os cabelos caem muito no pós-parto, será que isso vai acontecer comigo? “Na gestação todo o corpo passa por mudanças, inclusive os cabelos e é geralmente um período ótimo para os cabelos. Nesse período, devido as alterações hormonais, os cabelos param de cair e passam por uma fase de nascimento, aumentando o volume total de cabelos da mamãe. No pós-parto, também por alterações hormonais a mulher geralmente passa por uma queda de cabelo que costuma assustar muito as mamães.”, explica a Dra. Lorena Dourado Alves, dermatologista com Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e com formação em Tricologia (ciência que estuda o cabelo) pela Faculdade de Medicina do ABC e pela USP.
Essa queda de cabelo que ocorre no pós-parto é a que chamamos de “Eflúvio Telógeno”, e é o mesmo nome que damos a queda de cabelo por outras causas como, algumas doenças, grande perda de peso em curto período, entre outras causas, embora o desencadeante seja diferente o mecanismo da queda é o mesmo. “O Eflúvio Telógeno ocorre por alterações que levam um grande número de folículos pilosos a mudarem rapidamente de fase no ciclo capilar, levando a um aumento da queda. Pode começar no final da gravidez, mas frequentemente inicia-se de dois a cinco meses após o parto caracterizando-se por intensa queda de cabelo, que dura em média de um a cinco meses”, conforme orienta a Dra. Lorena Dourado.
No pós-parto, segundo a Dra. Lorena, a queda de cabelo acontece pelas mudanças hormonais que ocorrem com o parto. E por isso, pode ocorrer tanto nas mulheres que passam por um parto normal, com ou sem anestesia, ou por uma cesariana. A queda pode ser intensificada se tiver alguma complicação no parto, como um sangramento mais intenso levando a uma anemia ou alguma outra doença no final da gestação ou no pós-parto, como COVID, por exemplo.
A Dra. Lorena Dourado ressalta ainda que na maioria das mulheres a queda de cabelo pós-parto cessa com reposição total dos fios. Portanto, diante do diagnóstico de Eflúvio deve-se manter a calma, já que sabe-se que é uma fase passageira. “O importante é tomar os devidos cuidados para se manter saudável. Deve-se eliminar as causas agravantes da queda de cabelos como infecção, viroses, anemia, estresse ou qualquer outro motivo que leve a uma piora na queda. Tenha uma alimentação balanceada, evitando as deficiências nutricionais e repondo qualquer falta, se necessário”, ensina.
Em alguns casos o Eflúvio Telógeno, pode acontecer em portadoras da Alopecia Androgenética. A Alopecia Androgenética, também conhecida como Calvície, é uma doença de padrão hereditário em que os cabelos ficam progressivamente mais finos, depois começam a cair e por estarem tão finos, não conseguem mais nascer naquele local. Essa doença surge, geralmente, após a puberdade por ação hormonal e tem uma variedade de formas clínicas. “Comparando com as não portadoras, as portadoras, podem perder mais fios de cabelos, quando passam por um Eflúvio Telógeno, além de sofrer uma reposição incompleta dos fios”, declara. O Eflúvio Telógeno pode também ser um fator desencadeante do início das manifestações da Alopecia Androgenética em pessoas com esta tendência. Nos dois casos, é importante fazer um acompanhamento especializado e específico, destaca a Dra Lorena Dourado.
De toda forma, se estiver com queda de cabelo e/ou afinamento dos cabelos, o ideal é procurar um dermatologista com Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia para que ele faça uma avaliação clínica do seu cabelo e inicie o tratamento adequado, se necessário. “Fique tranquila, pois, aos poucos, na maioria das mulheres, a queda vai parar e o cabelo vai ficar bonito e saudável. O mais importante é curtir esse momento tão especial da sua vida da melhor maneira possível, aproveitando ao máximo cada minuto ao lado do seu filho!”, conclui a Dra. Lorena Dourado.