A sexualidade feminina, embora um aspecto fundamental da vida das mulheres, ainda é frequentemente subestimada. Como médica ginecologista, observo de perto a importância de tratar esse tema com seriedade, pois ele é parte essencial da saúde global da mulher. A sexualidade não é apenas um ato físico, mas envolve também o emocional, o psicológico e o social, e precisa ser abordada de maneira integral.
Historicamente, a sexualidade feminina foi cercada por tabus, com as mulheres sendo muitas vezes ensinadas a reprimir seus desejos e sentimentos. Em muitas culturas, o prazer feminino era tratado como algo secundário, uma obrigação dentro do casamento, ou, em certos casos, um tabu absoluto. Essa visão reducionista ainda reflete-se em várias atitudes modernas, onde, por exemplo, muitas mulheres têm dificuldade de falar abertamente sobre sua vida sexual, seja com parceiros ou mesmo com profissionais de saúde.
A subestimação da sexualidade feminina também está presente no campo médico. Muitas vezes, o foco dos profissionais de saúde é apenas no aspecto reprodutivo da mulher, negligenciando suas queixas relacionadas ao prazer sexual, saúde sexual e bem-estar emocional. Essa abordagem reducionista desconsidera as complexas interações entre o corpo, a mente e as emoções, que são fundamentais para a saúde sexual das mulheres.
Porém, é necessário frisar que o prazer sexual é um direito da mulher. Um corpo saudável não se resume à ausência de doenças, mas à plena satisfação nas suas funções biológicas e emocionais. O ato sexual, para muitas mulheres, vai além da reprodução, e inclui a experiência de prazer, o autoconhecimento e a conexão íntima com o parceiro. Por isso, os profissionais de saúde devem ser mais sensíveis e preparados para ouvir e atender as necessidades sexuais das pacientes.
A ajuda de profissionais qualificados, é crucial para proporcionar um ambiente seguro e acolhedor onde as mulheres possam se sentir ouvidas, compreendidas e apoiadas. Afim de, desmistificar tabus, oferecer orientações adequadas e tratar questões sexuais de forma holística, contribuindo para uma vida sexual saudável e satisfatória. Ao buscar a orientação correta, as mulheres podem conquistar o direito de viver sua sexualidade de forma plena, sem culpa, vergonha ou preconceitos. Somente através dessa abordagem integral, que respeita as necessidades físicas, emocionais e psicológicas, é que conseguiremos construir uma sociedade mais justa e igualitária, onde a sexualidade feminina é valorizada e reconhecida em sua totalidade.
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