O que é a Alopecia Frontal Fibrosante?

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“Doutora, minha pele da face está ficando com pequenos carocinhos, minha testa está ficando maior, meus cabelos estão caindo, principalmente na frente e no contorno da cabeça e estou perdendo minhas sobrancelhas, o que pode estar acontecendo?”

Estes são os principais sinais da Alopecia Frontal Fibrosante (AFF), doença que pode acometer homens e mulheres de idades variadas, explica a Dra. Lorena Dourado Alves, dermatologista com Título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e com Formação em Tricologia (ciência que estuda o cabelo) pela Faculdade de Medicina do ABC e pela USP.

Segundo a Dra. Lorena Dourado a Alopecia Frontal Fibrosante é uma doença relativamente nova (Primeiro caso relatado em 1994 na Austrália) que no início era extremamente rara, mas que recentemente, o número de casos vem crescendo consideravelmente no mundo todo. Ainda não se sabe qual é o fator desencadeante desse aumento no número de casos, mas acredita-se que exista algum fator externo que está sendo investigado, já que a doença está cada vez mais frequente no mundo todo, em adultos de idades variadas e em todas as etnias.

A Dra. Lorena Dourado explica que a Alopecia Frontal Fibrosante é uma doença auto inflamatória, em que o seu próprio organismo gera uma inflamação na raiz do fio de cabelo que resulta na destruição deste, levando a queda do fio e a formação de uma cicatriz, com a parada do nascimento do fio naquele local. Isso é um tipo de doença autoimune, porém ela difere das outras por não ter uma interferência na imunidade da pessoa, além de não ocorrer uma predisposição para desenvolver outras doenças e não ter uma associação mais frequente com outras doenças autoimunes, o que nos leva a dizer que a AFF é, na verdade, uma doença auto inflamatória.

Uma característica que a doença apresenta, comum as doenças autoimunes, é a possível piora quando a pessoa passa por um fator estressante muito intenso, como por exemplo, a morte de um familiar ou ter tido uma doença mais grave, como um quadro grave de COVID, ou mesmo pelo estresse que algumas pessoas desenvolveram devido à pandemia.

É uma doença que acomete principalmente mulheres menopausadas, mas que pode atingir também homens e mulheres adultas mais novas, ainda não menopausadas. Nos homens pode ser confundida com a Alopecia Androgenética (Calvície), mas, um sinal que ajuda a diferenciar as duas é a perda das costeletas, que acontece na Alopecia Frontal Fibrosante e não acontece na Calvície. Além disso, a AFF pode estar ou não associada a coceira no local de perda de cabelos e pode ter sinais inflamatórios como vermelhidão, carocinhos com pus e descamação na base dos fios de cabelo dos locais comprometidos pela doença, orienta a Dra. Lorena Dourado.

Na Alopecia Frontal Fibrosante a pessoa pode perder também pelos corporais, como nos braços, pernas, barba, bigode, cílios, axilas e virilha. Além de ter perda de pelos em sobrancelha, sendo esta, uma associação comum que pode preceder a perda de cabelos do contorno da cabeça.

Pode apresentar também pequenos carocinhos no rosto fazendo com que a pele fique áspera com aspecto que lembra, nos casos mais graves, “casca de laranja”, devido ao acometimento dos pelos finos da face. Em alguns casos, a pessoa pode ter também manchas escuras no rosto, além da pele do rosto mais sensível e com tendência a ficar avermelhada. “É uma doença que necessita ser tratada para atingir o controle e evitar a piora e a sua progressão”, explica a Dra. Lorena Dourado.

Portanto, se você observar que seus cabelos estão ficando mais falhados ou com queda no contorno da cabeça ou nas sobrancelhas, o ideal é procurar um dermatologista com Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia para que ele faça uma avaliação clínica e inicie o tratamento adequado para cada caso.

“O mais importante é fazer o diagnóstico correto e iniciar o tratamento adequado o mais precocemente possível.”, conclui a Dra. Lorena Dourado.

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