“Talvez não.
O teste da orelhinha, ou emissões otoacústicas, é um exame de triagem auditiva muito eficaz, mas em algumas situações uma investigação complementar faz se necessária.”
Por que fazer o teste da orelhinha?
Por exemplo, caso os pais apresentem uma história familiar de perda auditiva; se são parentes, quando a mãe, na gestação, apresentou alguma intercorrência, sinais como febre sem foco identificado ou rash cutâneo que possa sugerir infecções que podem causar perda auditiva no bebê ( sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovirus, herpes vírus e zica), são situações consideradas como fatores de risco para perda auditiva no bebê.
Nos partos prematuros, nos bebês que nascem com baixo peso, malformações craniofaciais, síndromes também são considerados como indicadores de risco.
Outras situações de risco para a perda auditiva no bebê são quando há internação em UTI, ventilação mecânica; se foi necessário o uso de antibiótico por algum motivo quando nasceu ( as pneumonias nos recém nascidos e lactentes muitas vezes precisam ser tratadas com antibióticos que são ototóxicos)
Nos casos de meningite, icterícia com aumento do nível das bilirrubinas a ponto de precisar de transfusão de sangue também merecem uma investigação complementar além do teste da orelhinha para afastar a presença de perda auditiva.
Quando deve ser feito?
A triagem auditiva deve ser realizada idealmente durante os primeiros 30 dias de vida, de preferência ainda na maternidade, para garantir que nos casos de falha na triagem, essa criança seja encaminhada para um otorrinolaringologista especialista em audição infantil para confirmar o diagnóstico de perda auditiva até os 3 meses de idade e o tratamento ser realizado até os 6 meses de vida.
As infecções congênitas ( transmitidas para o bebê durante a gestação) podem ser silenciosas, reforçando-se aqui a importância de um pré- natal muito bem feito. Infecções como o citomegalovírus só podem ser diagnosticadas no bebê até os 21 dias de vida, e o seu tratamento só pode ser feito até os 30 dias de vida garantindo para essa criança a redução da chance de sequelas auditivas e neurológicas.
A intervenção na perda auditiva até os 6 meses de idade, normalmente com aparelho auditivo como primeira opção e o implante coclear nos casos onde o aparelho auditivo não consegue garantir audição suficiente para que essa criança aprenda a falar, proporciona para essa criança a oportunidade de ter um desenvolvimento global muito próximo ao das crianças que ouvem normalmente.
Falhou no teste da orelhinha, procure o especialista o mais rápido possível.